Bucetas querem. Queira você ou não. Bucetas querem abrir, dar e receber. Têm vontade própria e são amigas da liberdade. Bucetas são pássaros voando no céu, batendo suas asas melecadas. Bucetas têm coração, e quando ele palpita, o oceano transborda.
Bucetas querem ser acariciadas que nem a cabeça de um gatinho. Querem ser lambidas, chupadas, sugadas – delicadamente. Bucetas querem ser amadas do jeito que elas são. Bucetas querem se esfregar, sentir os dedos, dedinhos, línguas e pauzões. Pauzinhos também. Bucetas querem dildos, vespers e bullets recarregáveis. Querem esporrar no mundo e jogar seu sangue na terra! Acima de tudo, bucetas querem ficar molhadas, porque quando molhadas estão prestes a ter a sensação mais volumosa do mundo, gozar! Buceta quer gozar! E uma buceta que goza tem a força de uma pantera e também de uma piranha. Bucetas não são buracos, são portais. São o amor e a porta da vida.
Sobre esta curadoria
Ter o privilégio de reunir poemas de mulheres falando sobre sexo, só reforça algo que sei, aqui, muito intrinsecamente: a chave da sexualidade está definitivamente em nossas mãos. Mas ao longo da história isso nos foi (tão) maldosamente roubado. Ou melhor, supostamente roubado! É impossível roubar algo que diz respeito à nossa própria natureza. Eles tentaram… e os danos são incalculáveis. Mas estamos aqui; com nossas bucetas cada vez mais molhadas e fervilhantes! Fogosas, libidinosas, indomáveis e deliciosamente taradas! Obrigada Carmem Faustino, Leticia Bassit, Natalia Barros, pela coragem, entrega e resistência.
E benditas sejam todas as bucetas do planeta.
Abhiyana