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Como Chupar uma Manga

Camila Biau lança vídeo suculento e comenta sobre produção erótica lésbica.

A verdade é que a pornografia fez boa parte da minha formação sexual, não posso negar. Em casa nunca teve essa coisa de pais modernos que conversam sobre tudo, pelo contrário, sexo era assunto tabu e só assistindo o Cine Privê na madrugada da Band é que fui descobrindo as delícias da putaria. Estamos falando aqui dos anos 90.

Os anos passaram, a internet revolucionou o consumo desse tipo de conteúdo e fui acompanhando não apenas o mar de possibilidades que se abria, como também fui descobrindo a minha própria sexualidade no caminho. Tornei-me criadora audiovisual e nunca deixei de buscar filmes que contemplassem meu desejo sapatânico, que tivessem cenas eróticas, bem planejadas e bem realizadas e que não apenas deixassem a buceta satisfeita, mas fosse também um deleite aos olhos. E sempre achei difícil encontrar esse tipo de conteúdo.

A gente sabe que a indústria pornográfica é um problema gigante, cheia de machismo, sexismo e violência, e os vídeos em que mulheres transam com mulheres são feitos por homens e para homens, isso é, uma grande e inviável merda, tanto é que sempre optei por assistir outras categorias do que a famigerada “lésbicas”.

Em 2017 meus parceiros de trabalho e de vida, Lucas Kakuda e Juliana Lemes, haviam comprado uma câmera nova e a gente tava doido pra testar. Acabamos filmando um ​vídeo erótico-sapatão​, só na vontade e no improviso, que teve um retorno singelo porém bem positivo. Foi aí que me perguntei – ué, por quê a gente não tá criando esse tipo de filme já que sentimos tanta falta disso no mercado?

Pensamos, mas não criamos. O tema e a vontade de fazer nunca saiu das nossas cabeças, mas a vida, né? Sai atropelando os sonhos com pilhas de boletos. Corta pra 2019. Eu sozinha em casa chupando uma manga e com saudades da crush, me vem a ideia do vídeo. Escrevo o argumento, anexo a foto da manga em caroço puro e mando pras amigas. Vamos gravar? Vamos!

E aí encontros e conversas profundas sobre o que gostaríamos de ver na tela, e ​como isso deveria ser feito. Produzir um filme erótico ou pornográfico envolve muitas camadas de questionamentos, seja sobre os tipos de corpos ali mostrados, quais os desejos explorados, e como mostrar isso tudo sem que se torne uma simples objetificação daqueles corpos. E acima de tudo, queríamos que fosse um filme claramente feito por mulheres – e um homem gay, aquele mesmo parceiro de sempre. Passamos a imaginar um projeto grande, uma sequência de diferentes filmes onde íamos desafiar nossas próprias habilidades profissionais e entregar ao público aquilo que tanto sentimos falta: um conteúdo de qualidade estética e sensorial, direcionado principalmente às mulheres lésbicas, e que não caísse em clichês fetichistas e/ou machistas. Porque nóis é putaria mas é amorzinho também!

Manga nasceu exatamente neste ponto. Decidimos que seria uma gravação-teste, entre nós mesmas, de tudo o que concatenamos juntas: teste visual, teste sonoro, teste de linguagem, e claro, teste de tesão. O filme só funcionaria se quem assistisse ficasse com tesão de verdade. Aí aproveito a deixa pra você dar o play e me dizer se conseguimos ;)

Bem, agora é 2020 e estamos imersas numa pandemia. Não tem sido seguro reunião de pessoas e gravações de filmes, muito menos aqueles que envolvem tanta troca de fluidos. Mas assim que der, vamos voltar. Com mais mulheres, mais diversidade, mais tesão e mais amor. ​Manga é só o começo!

FICHA TÉCNICA
Argumento e Direção
Camila Biau
Produção e Direção de Arte
Isabella Gião
Cinematography
Lucas Kakuda e Fernanda Ligabue
Montagem
Camila Biau e Emilia Aidar
Color
Lucas Kakuda
Trilha Sonora
Bruna Laleska e Elis Menezes
Chupadoras
Ana Júlia Rodrigues
Camila Biau
Fernanda Ligabue
Isabella Gião

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